BOLETIM DO PAN III
'RESMUNGÕES DO PAN'
Em meio à festa promovida pela torcida brasileira nas competições dos Jogos Pan-americanos, há também aqueles que gostam de exercitar um tom mais crítico ao comentar o desempenho dos atletas de nosso País. É o caso de Augusto Lima, 32, e Jorge dos Anjos, 31, cujas enfáticas reclamações os diferenciam dos torcedores que parecem vibrar com qualquer resultado dos representantes brasileiros. “Esse negócio de ‘ganhamos a medalha de bronze ou de prata’ é ridículo! Perdemos a de ouro!”, vocifera Augusto. “Se bem que o pior mesmo é gente que vence o ouro, mas com desempenho patético. Eu gosto mesmo é de quebra de recordes”, lembra Jorge. Mesmo para quem assiste de perto à dupla criticar os atletas, é difícil apurar a causa de tanta acidez. “Hoje em dia é tudo muito fácil, tem patrocínio de empresas, paparicos na imprensa e tudo o mais. Assim até eu!”, avisa Jorge. “E o serviço nos estádios está péssimo. Me venderam cachorro-quente e não tinham sachês de maionese para acompanhar. Uó!”, pondera Augusto. Quando vou perguntar se o desempenho de algum atleta brasileiro até o presente mereceria seus aplausos, Augusto levanta-se e, puxando Jorge pelo braço (“Vamos, Jorge!”), despede-se apressado: “Temos que ir! Ainda falta ver os jogos de hóquei na grama e o boliche”. Descem a arquibancada e ainda posso ver o Jorge resmungando algo que não escuto. Parece com 'não me puxa assim que eu não gosto'. Acho.
Em meio à festa promovida pela torcida brasileira nas competições dos Jogos Pan-americanos, há também aqueles que gostam de exercitar um tom mais crítico ao comentar o desempenho dos atletas de nosso País. É o caso de Augusto Lima, 32, e Jorge dos Anjos, 31, cujas enfáticas reclamações os diferenciam dos torcedores que parecem vibrar com qualquer resultado dos representantes brasileiros. “Esse negócio de ‘ganhamos a medalha de bronze ou de prata’ é ridículo! Perdemos a de ouro!”, vocifera Augusto. “Se bem que o pior mesmo é gente que vence o ouro, mas com desempenho patético. Eu gosto mesmo é de quebra de recordes”, lembra Jorge. Mesmo para quem assiste de perto à dupla criticar os atletas, é difícil apurar a causa de tanta acidez. “Hoje em dia é tudo muito fácil, tem patrocínio de empresas, paparicos na imprensa e tudo o mais. Assim até eu!”, avisa Jorge. “E o serviço nos estádios está péssimo. Me venderam cachorro-quente e não tinham sachês de maionese para acompanhar. Uó!”, pondera Augusto. Quando vou perguntar se o desempenho de algum atleta brasileiro até o presente mereceria seus aplausos, Augusto levanta-se e, puxando Jorge pelo braço (“Vamos, Jorge!”), despede-se apressado: “Temos que ir! Ainda falta ver os jogos de hóquei na grama e o boliche”. Descem a arquibancada e ainda posso ver o Jorge resmungando algo que não escuto. Parece com 'não me puxa assim que eu não gosto'. Acho.