CONDE DE BONFIM (Parte 2)
Não foi você que decidiu que não queria mais? Que escolheu não querer? Não amar, não ser amada... Que preferiu o medo? Então repita para si mesma: “Eu quis assim”. “Estou feliz com minha covardia”. Bom... Mais uma vez. Muito bem. E não mande SMS. Não mande presentes, não ligue. Não queira ser lembrada. Não surja sorrateira, deixando marcas, demarcando território. Faz o que estou falando e prometo que realizo sua vontade e te esqueço. Que ainda vou ouvir falar de você e sentir apenas uma sensação esquisita do tipo “caramba! eu senti mesmo tudo aquilo?”. Desse dia em diante, juro que recebo seus presentes. Que vou rir com você das suas escolhas infelizes e que vamos até sair para tomar umas cervejas. Quem sabe não acabamos amigos e nos abraçamos dizendo um pro outro “te considero pacas, cara”? Mas, até lá, não. Até lá é como é. Como você quer que seja. Então se não for para confessar sua estupidez, não ligue. Se não foi porque caiu em si, não escreva. Aproveite a vida que decidiu ter. Vai tocando o barco, seguindo em frente, que é pra onde dá pra ir. E lembra de fazer a dieta que o médico prescreveu. E de ir à academia que você evita. Come direito. Se cuida. É pro seu bem.